Sacudiam as crianças a areia das sandalias,
como austeros profetas que uma cidade amaldiçoasse,
e tomavam o caminho de regresso a casa.
Um grão de sal ardia em sua pele,
o balde chocalhava, de encontro às paredes,
dormiam, enfim, até o dia seguinte.
Que nautas se concebiam, ao nadar!
Que países divisavam, na neblina!
Que infantes, que lusitanos, que esquecidos que eram!
Mário Cláudio
Do seu livro Dois Equinócios (1996)
como austeros profetas que uma cidade amaldiçoasse,
e tomavam o caminho de regresso a casa.
Um grão de sal ardia em sua pele,
o balde chocalhava, de encontro às paredes,
dormiam, enfim, até o dia seguinte.
Que nautas se concebiam, ao nadar!
Que países divisavam, na neblina!
Que infantes, que lusitanos, que esquecidos que eram!
Mário Cláudio
Do seu livro Dois Equinócios (1996)