Mar de fogo, Díli
ROTA
Não sei se o mar tem voz
Mas a sua voz
Desde pequeno me falava lento.
E eu via nele
O que não existia na memória.
Ninguém sabia
De meus avós e bisavós
Se era quadrado ou redondo
Se tinha vida ou não.
Mas sem saber se tinha voz o mar
Ouvia a sua voz.
E sem saber se tinha vida ou não
Sentia a sua vida.
Foi ele que me disse
Que havia Espaço e Tempo.
E comecei a viajar sem medo da viagem.
E nunca mais parei
Com medo da paragem.
Fernando Sylvan
Fernando Sylvan, pseudônimo de Abílio Leopoldo Motta-Ferreira (1917 - 1993), foi um poeta, prosador e ensaísta timorense.
Nasceu em Díli, capital de Timor-Leste, contudo, passou a maior parte de sua vida em Portugal, onde morreu, na vila de Cascais. A distância geográfica entre Portugal e Timor não impediu Sylvan de continuar escrevendo sobre o seu país de origem, dissertando sobre suas lendas, tradições e folclore. Um de seus temas preferidos é a infância, período de sua vida que lhe deixou muitas saudades de Timor.
(Wikipédia)
Em Parque dos poetas lemos:
Esteve muitos anos ligado à oposição portuguesa no tempo de Salazar e Caetano. Representou, depois de 1975, várias vezes, os escritores Timorenses em fóruns internacionais e criou o Dia Internacional da Língua Portuguesa. A sua poesia tem duas componentes distintas: a de referência timorense com uma estilística entre modernista e panfletária e a de referência genérica e autobiográfica. Desenvolve um conceito dinâmico de Pátria, colocando-o na dependência de um exercício de pensamento, cidadania e fraternidade que lhe permitia reclamar da colonização e do racismo europeus e justificar os processos de independência, desde que fossem autênticos.
Não sei se o mar tem voz
Mas a sua voz
Desde pequeno me falava lento.
E eu via nele
O que não existia na memória.
Ninguém sabia
De meus avós e bisavós
Se era quadrado ou redondo
Se tinha vida ou não.
Mas sem saber se tinha voz o mar
Ouvia a sua voz.
E sem saber se tinha vida ou não
Sentia a sua vida.
Foi ele que me disse
Que havia Espaço e Tempo.
E comecei a viajar sem medo da viagem.
E nunca mais parei
Com medo da paragem.
Fernando Sylvan
Fernando Sylvan, pseudônimo de Abílio Leopoldo Motta-Ferreira (1917 - 1993), foi um poeta, prosador e ensaísta timorense.
Nasceu em Díli, capital de Timor-Leste, contudo, passou a maior parte de sua vida em Portugal, onde morreu, na vila de Cascais. A distância geográfica entre Portugal e Timor não impediu Sylvan de continuar escrevendo sobre o seu país de origem, dissertando sobre suas lendas, tradições e folclore. Um de seus temas preferidos é a infância, período de sua vida que lhe deixou muitas saudades de Timor.
(Wikipédia)
Em Parque dos poetas lemos:
Esteve muitos anos ligado à oposição portuguesa no tempo de Salazar e Caetano. Representou, depois de 1975, várias vezes, os escritores Timorenses em fóruns internacionais e criou o Dia Internacional da Língua Portuguesa. A sua poesia tem duas componentes distintas: a de referência timorense com uma estilística entre modernista e panfletária e a de referência genérica e autobiográfica. Desenvolve um conceito dinâmico de Pátria, colocando-o na dependência de um exercício de pensamento, cidadania e fraternidade que lhe permitia reclamar da colonização e do racismo europeus e justificar os processos de independência, desde que fossem autênticos.