Túmulo de Inês de Castro no Mosteiro de Alcobaça
(Fotografia de Mat Jolivet)
Mandou D. Pedro obrar um muymento de alva pedra, todo muy sutilmente lavrado, pondo, elevada sobre a tampa de cima a imagem della com coroa na cabeça como se fôra Rainha; e este muymento mandou pôr no Mosteiro de Alcobaça, não à entrada onde jazem os Reys, mas dentro da Igreja, à mão direita, junto da Capela Mor, e fez trazer o seu corpo do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, onde jazia, o mais honradamente que se fazer pode; porque ele vinha em umas andas muy bem preparadas para tal tempo, as quais trazião grandes cavallos acompanhados de grandes Fidalgos, e outra muita gente, e Donas, e Donzelas, e outra muita Cleresia; e pelo caminho estavão muito mil homens com círios nas mãos, de tal sorte ordenados, que sempre o seu corpo foy todo o caminho entre círios acezos; e assim chegarão até ao dito Mosteiro, que erão dalli dezassete léguas, onde com muitas Missas, e grande solemnidade foy posto aquelle muymento. E foi esta a mais honrada Tresladação, que até áquelle tempo em Portugal fôra vista.
Fernão Lopes
Fernão Lopes (1380?-1460?) terá nascido em Lisboa, de uma família do povo. É considerado o maior historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela busca da verdade. Foi escrivão de livros do rei D. João I e «escrivão da puridade» do infante D. Fernando. D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar à investigação da história do reino, devendo redigir uma Crónica Geral do Reino de Portugal. Correu a província a buscar informações, informações estas que depois lhe serviram para escrever as várias crónicas (Crónica de D. Pedro I, Crónica de D. Fernando, Crónica de D. João I, Parte I e II, Crónica de Cinco Reis de Portugal e Crónicas dos Sete Primeiros Reis de Portugal). Foi «guardador das escrituras» da Torre do Tombo.
Projecto Vercial
Fernão Lopes
Fernão Lopes (1380?-1460?) terá nascido em Lisboa, de uma família do povo. É considerado o maior historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela busca da verdade. Foi escrivão de livros do rei D. João I e «escrivão da puridade» do infante D. Fernando. D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar à investigação da história do reino, devendo redigir uma Crónica Geral do Reino de Portugal. Correu a província a buscar informações, informações estas que depois lhe serviram para escrever as várias crónicas (Crónica de D. Pedro I, Crónica de D. Fernando, Crónica de D. João I, Parte I e II, Crónica de Cinco Reis de Portugal e Crónicas dos Sete Primeiros Reis de Portugal). Foi «guardador das escrituras» da Torre do Tombo.
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