O arder do tempo - Américo Meira
Juntamos toros e gravetos
para a lareira. Na mata
flutua o crepúsculo.
Marcos de luz a findar.
Vagas de zimbro, escórias
o arpão do esquecimento.
A súbita melancolia da casa.
As janelas abrem para o rio
e a barra e a ilha com névoa.
Podias ser tu de céu a céu.
A inquieta certeza da poesia
não admite questões. Descobre-se
ao virar da vinha, quando chegamos
ao tanque e não há ninguém.
Joaquim Manuel Magalhães
Uma luz com um toldo vermelho. Editorial Presença, 1990
para a lareira. Na mata
flutua o crepúsculo.
Marcos de luz a findar.
Vagas de zimbro, escórias
o arpão do esquecimento.
A súbita melancolia da casa.
As janelas abrem para o rio
e a barra e a ilha com névoa.
Podias ser tu de céu a céu.
A inquieta certeza da poesia
não admite questões. Descobre-se
ao virar da vinha, quando chegamos
ao tanque e não há ninguém.
Joaquim Manuel Magalhães
Uma luz com um toldo vermelho. Editorial Presença, 1990