O TEU ROSTO AOS VINTE E CINCO ANOS DE IDADE
Numa conversa sobre o destino da arte
lembro o teu rosto
onde os elementos ensaiam
a revelação dos primeiros detalhes
irremediáveis:
a marca da sombra, o recuo das forças,
o alarme da dor,
a arte existe apenas
como homenagem (pobre, desolada)
àquilo que cada rosto foi
um dia através da paisagem.
José Tolentino Mendonça
Baldios (1999), em A Noite Abre Meus Olhos [poesia reunida], Assírio & Alvim, Lisboa, 2008
Numa conversa sobre o destino da arte
lembro o teu rosto
onde os elementos ensaiam
a revelação dos primeiros detalhes
irremediáveis:
a marca da sombra, o recuo das forças,
o alarme da dor,
a arte existe apenas
como homenagem (pobre, desolada)
àquilo que cada rosto foi
um dia através da paisagem.
José Tolentino Mendonça
Baldios (1999), em A Noite Abre Meus Olhos [poesia reunida], Assírio & Alvim, Lisboa, 2008