terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eugénio de Andrade e o seu avô

Eugénio de Andrade por Louis Dourdil (1941)



Como longa despedida

Meu avô, aquele que construía casas, era de Castelo Branco. Fez habitações para toda a gente menos para ele. Não sei se alguma vez lhe passou pela cabeça que viria a ter um neto também construtor, construtor de coisas pequenas, frágeis, leves. Ele usava o granito como material, as suas casas estão ainda de pé; o neto trabalha com poeira, sem nenhuma pretensão de desafiar o tempo.

Eugénio de Andrade


Do seu livro À Sombra da Memória


Para saber mais de Eugénio de Andrade (1923-2005): Wikipédia e As tormentas (aqui podem ler-se poemas dele)