SANTO ANTONINHO DOS ESQUECIDOS
para o José Carlos Soares
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sopra manso,
abanado a cauda
ao chegarmos.
Não tira os olhos de nós,
mendiga um osso,
outro poema,
desenterra séculos,
nevoeiros, palmas de mão
com o destino apagado.
Respeita as portas teimosas,
todas as capelas enfeitadas
de luz contra o medo -
e vai-se já jogando às cartas
nas suas costas,
sob o silêncio atapetado a fogo.
Mas esperará sempre por nós,
fiel,
à saída.
Inês Dias
(Fotografia de Caco Carvalho)
para o José Carlos Soares
O esquecimento tem portões
fechados e velas a acordar
o crepúsculo enquanto o vento
sopra manso,
abanado a cauda
ao chegarmos.
Não tira os olhos de nós,
mendiga um osso,
outro poema,
desenterra séculos,
nevoeiros, palmas de mão
com o destino apagado.
Respeita as portas teimosas,
todas as capelas enfeitadas
de luz contra o medo -
e vai-se já jogando às cartas
nas suas costas,
sob o silêncio atapetado a fogo.
Mas esperará sempre por nós,
fiel,
à saída.
Inês Dias
(Fotografia de Caco Carvalho)
