Olie Ribeiro. Fotografia de Kris Haamer
RITMO PARA A JÓIA DAQUELA ROÇA
Dona Jóia dona
dona de lindo nome
tem um piano alemão
desafinando de calor.
Dona Jóia dona
do nome de Sum Roberto
está chorando nos seus olhos
de outras terras saudades.
Dona Jóia dona
dona de tudo que é lindo:
do oiro cacaueiro
do café de frutos vermelhos
das brisas da nossa ilha.
Dona Jóia dona
dona de tudo que é triste:
meninos de barriga oca
chupando em peitos chatos;
negros de pezão grande
trabalhando pelos matos.
Ai! Dona Jóia,
dona de mim também –
Jesus, Maria, José
Credo! –
não me olhe assim-sim
que me pára o coração!
Francisco José Tenreiro
Dona Jóia dona
dona de lindo nome
tem um piano alemão
desafinando de calor.
Dona Jóia dona
do nome de Sum Roberto
está chorando nos seus olhos
de outras terras saudades.
Dona Jóia dona
dona de tudo que é lindo:
do oiro cacaueiro
do café de frutos vermelhos
das brisas da nossa ilha.
Dona Jóia dona
dona de tudo que é triste:
meninos de barriga oca
chupando em peitos chatos;
negros de pezão grande
trabalhando pelos matos.
Ai! Dona Jóia,
dona de mim também –
Jesus, Maria, José
Credo! –
não me olhe assim-sim
que me pára o coração!
Francisco José Tenreiro